Enquanto o mundo produz cada vez mais celulares descartáveis, ainda há muita gente que vive sem energia elétrica. Mas para o estudante Boucar Diouf da Universidade Kyung Hee, na Coreia do Sul, as desigualdades podem se encontrar e gerar melhorias. Ele propõe uma segunda vida a baterias velhas, diminuindo o lixo e levando luz a comunidades que carecem de energia.
O projeto foi publicado online em abril deste ano e está disponível neste link. Nele, Diouf mostra que a União Europeia tem criado 17 kg de lixo eletrônico por cabeça anualmente, e os mercados de países em desenvolvimento como China e Índia criam 1 kg de lixo eletrônico per capita por ano. Grande parte desse lixo é de celulares móveis, que são descartados graças à multiplicação das operações de telecomunicações.
Celular vai, bateria fica
Diouf mostra como três baterias juntas podem abastecer um painel portátil com lâmpadas de LED de baixo custo. O sistema já existe em diversas formas, mas a novidade é que quando se utiliza a bateria reaproveitada, os custos baixam radicalmente.

No sistema, uma bateria padrão de 1.000 miliamperes-hora alimentam uma lâmpada LED de 1 watt por cerca de três horas. Se ligado a um painel solar, o sistema dura três anos. Outra opção é acoplar três baterias de 3.100 miliampares-hora em um sistema de 12 volts junto a uma lâmpada de LED de 5 watts e um painel solar pequeno. Esse sistema custa 25 dólares e ilumina uma sala inteira por cerca de 5 horas por noite.
E não para por aí: quando a bateria ‘morre’, pode ser destinada a fábricas que a transformam em novas baterias para outros aparelhos. Dessa forma, cria-se um ciclo sustentável que vai impulsionar um mercado e empregos.

Cada bateria reciclada deixa de liberar 130g de CO2 na atmosfera. Em um mundo onde 1,5 bilhão de pessoas ainda vivem sem energia elétrica, os benefícios dessa iluminação sustentável e de baixo custo são enormes.